Vinho e cerveja também podem ser contaminados por metanol? Entenda
Autoridades de saúde de São Paulo investigam seis mortes possivelmente ligadas ao consumo de bebidas alcoólicas contaminadas com metanol. No total, já são 22 casos de suspeita de intoxicação no estado, dos quais cinco foram confirmados. Embora os casos atuais envolvam apenas bebidas destiladas, especialistas alertam para os riscos.
O grande perigo não está na produção regular de bebidas, mas na adulteração criminosa, quando metanol industrial é adicionado para aumentar o teor alcoólico de produtos de baixa qualidade.
Segundo o químico Siddhartha Giese, do Conselho Federal de Química (CFQ), o metanol pode se formar naturalmente em pequenas quantidades, consideradas seguras, durante a fermentação de vinhos e cervejas. A legislação brasileira, por exemplo, estabelece limites (até 400 mg/L em vinhos tintos) que são muito inferiores à dose tóxica para humanos, que é de cerca de 8.000 mg (8 gramas).
“A substância [metanol industrial] pode ser misturada a qualquer tipo de bebida. Ele é incolor e tem sabor semelhante ao etanol, dificultando a identificação”, alerta Giese.
O metanol é altamente tóxico. No corpo, ele se converte em substâncias como o ácido fórmico, que pode causar danos severos ao sistema nervoso e ao nervo óptico, levando à cegueira e à morte.
Não existem métodos caseiros para detectar a contaminação. As autoridades recomendam que os consumidores:
- Comprem bebidas apenas de fontes confiáveis e fabricantes reconhecidos.
- Desconfiem de preços muito abaixo do mercado.
- Verifiquem se a embalagem possui rótulo, lacre de segurança e selo fiscal.


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