Trump tira EUA da Unesco e volta a confrontar agenda global

Trump tira EUA da Unesco e volta a confrontar agenda global

O governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (22) sua segunda retirada da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A medida, oficializada pela porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, marca um novo capítulo no distanciamento americano de instituições multilaterais. A justificativa apresentada é a acusação de que a Unesco promove uma “ideologia” e uma “agenda globalista” consideradas incompatíveis com a política externa de “América em Primeiro Lugar”.

A Unesco, fundada em 1945, tem como missão primordial fomentar a cooperação internacional nas esferas da educação, ciência e cultura, sendo amplamente reconhecida por iniciativas como a designação de patrimônios mundiais. Contudo, a relação dos EUA com a agência tem sido historicamente marcada por turbulências. Uma primeira saída ocorreu em 1984, durante a Guerra Fria, sob alegações de má gestão e viés antiamericano, com um retorno somente em 2003, sob a presidência de George W. Bush.

A atual saída, que ocorre apesar da contribuição americana de aproximadamente 8% do orçamento da organização, representa uma clara ruptura com a abordagem multilateralista adotada por administrações anteriores, que haviam reintegrado os Estados Unidos a diversas agências da ONU, incluindo a Unesco. Este movimento reitera a postura de Trump de se afastar de órgãos internacionais, seguindo decisões anteriores como a suspensão do financiamento da agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA) e a retirada da Organização Mundial da Saúde (OMS). A medida sinaliza uma reafirmação da política externa isolacionista e nacionalista que caracteriza a atual gestão, gerando debates sobre o futuro da cooperação internacional e o papel dos Estados Unidos no cenário global.

Publicar comentário