Senadores brasileiros viajam aos EUA para reverter taxas de Trump nesta sexta-feira

Nesta sexta-feira, 25 de julho de 2025, um grupo de senadores brasileiros embarca para os Estados Unidos com a crucial missão de reabrir o diálogo com o Congresso norte-americano. O objetivo principal é combater as recentes barreiras tarifárias impostas pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros, que ameaçam gravemente a economia nacional. As reuniões em Washington, capital dos EUA, estão agendadas para ocorrer de segunda a quarta-feira, dias 28 a 30.

A expectativa é alta para reverter a taxação de 50% que incidirá sobre as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto. Setores vitais como a indústria, a Embraer, o agronegócio, e as vendas de suco de laranja e carne já sentem o impacto, com previsões de demissões em massa. O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) e da comissão temporária externa criada para este tema, expressou otimismo, enfatizando a necessidade de restaurar as condições comerciais anteriores.

Embora a negociação de tarifas seja uma atribuição do Poder Executivo, o senador Nelsinho Trad ressaltou que a viagem do Senado cumpre seu papel constitucional de defender os interesses nacionais através do diálogo. A agenda da comitiva prevê encontros iniciais com empresários de ambos os países, seguidos por reuniões com parlamentares norte-americanos no segundo dia da missão.

As novas tarifas foram anunciadas por Donald Trump em 9 de julho, através de suas redes sociais. O presidente norte-americano justificou a medida não apenas pela balança comercial, que, apesar de favorecer os EUA com um superávit de US$ 1,7 bilhão no primeiro semestre, ele considerou injusta, mas também pela postura do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Para Nelsinho Trad, as relações internacionais devem ser pautadas por uma visão de longo prazo e pela busca de soluções pragmáticas, sem se deixar levar por ideologias partidárias. Ele defende que o comércio internacional é uma agenda de Estado, focada na geração de emprego, renda e oportunidades para a população brasileira. A senadora Tereza Cristina (PP-MS), integrante da comitiva, reforça a necessidade de intensificar as negociações, sugerindo que o governo brasileiro apresente uma proposta firme e esgote todas as vias de diálogo.

A comitiva brasileira é composta por senadores de diversas legendas, incluindo Jaques Wagner (PT-BA), Fernando Farias (MDB-AL), Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), Esperidião Amin (PP-SC), Rogério Carvalho (PT-SE) e Carlos Viana (Podemos-MG), além de Nelsinho Trad e Tereza Cristina. Em uma reunião virtual prévia, os senadores conversaram com o chanceler Mauro Vieira e a embaixadora do Brasil nos Estados Unidos, Maria Luiza Viotti, que detalharam os esforços do governo para dialogar com o setor privado e autoridades do Tesouro norte-americano. Foi destacado na reunião o superávit na balança comercial para os Estados Unidos, indicando que o Brasil compra mais do que vende, com uma vantagem americana de US$ 410 milhões em média nos últimos 15 anos.

O anúncio da taxação por Trump gerou críticas no Senado, e em resposta, os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, publicaram uma nota conjunta citando a Lei de Reciprocidade Econômica, aprovada em abril, que prevê medidas de retaliação a barreiras comerciais. Davi Alcolumbre enfatizou a defesa da soberania nacional e dos empregos brasileiros, ressaltando que o processo deve ser liderado pelo Poder Executivo. Vale lembrar que Trump já havia anunciado um aumento de taxas em abril, mas o “tarifaço” não se concretizou na ocasião, com muitos países, incluindo a China, negociando acordos comerciais com taxas menores.