Risco de “apagão mundial” em 2025 é real?
Um alerta tem ganhado força na comunidade científica: a intensificação da atividade solar, que deve atingir seu pico máximo até meados de 2025, aumenta a probabilidade de uma tempestade solar extrema atingir a Terra. Tal evento poderia causar danos significativos à infraestrutura tecnológica global, levando a um cenário de “apagão” de energia e internet em larga escala.
O que são as tempestades solares?
O Sol opera em ciclos de aproximadamente 11 anos, com períodos de baixa e alta atividade. No pico, conhecido como máximo solar, a estrela libera imensas quantidades de energia e partículas por meio de explosões (flares) e ejeções de massa coronal (EMCs). Quando essa radiação e plasma superaquecido atingem a Terra, interagem com o campo magnético do planeta, gerando as tempestades geomagnéticas.
Por que o alerta para 2025?
O atual ciclo solar, de número 25, tem se mostrado mais intenso e está chegando ao seu pico mais cedo do que as previsões iniciais da NASA e da NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA). Esse aumento na atividade eleva a chance de uma EMC poderosa ser direcionada ao nosso planeta.
Quais os riscos de um “apagão”?
A sociedade moderna é extremamente dependente de sistemas elétricos e eletrônicos, que são vulneráveis a essas tempestades. Um evento extremo poderia:
- Derrubar redes elétricas: A sobrecarga de corrente elétrica induzida pela tempestade pode “fritar” grandes transformadores, causando blecautes que poderiam durar semanas ou meses, devido à dificuldade de substituir esses equipamentos.
- Causar um “apocalipse da internet”: Satélites de comunicação e GPS poderiam ser danificados ou nocauteados. Além disso, os longos cabos submarinos de fibra óptica, que são a espinha dorsal da internet global, possuem repetidores de sinal que são vulneráveis a essas correntes induzidas, podendo desligar continentes inteiros.
- Interromper comunicações: Rádios, celulares e outros sistemas de comunicação ficariam inoperantes.
Já aconteceu antes?
Sim. O evento mais famoso foi o Evento de Carrington, em 1859. Na época, a tempestade solar foi tão intensa que causou o colapso de sistemas de telégrafo em todo o mundo, eletrocutando operadores e incendiando postes. Auroras boreais, normalmente restritas aos polos, foram vistas em locais como o Caribe. Se um evento de magnitude semelhante ocorresse hoje, as consequências seriam catastróficas para a nossa civilização tecnológica.
Embora a probabilidade de um evento catastrófico em um futuro próximo seja considerada baixa — alguns cientistas estimam em cerca de 10% na próxima década —, o risco é real e as consequências seriam sem precedentes. Agências espaciais como a NASA monitoram o Sol 24 horas por dia para desenvolver sistemas de alerta que possam dar à humanidade um aviso prévio de algumas horas ou dias para tentar proteger as redes elétricas e satélites mais vulneráveis.

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