Por que Moraes proibiu Silas Malafaia de falar com Bolsonaro e sair do Brasil

Por que Moraes proibiu Silas Malafaia de falar com Bolsonaro e sair do Brasil

O Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acolheu um pedido da Polícia Federal (PF) e autorizou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do pastor Silas Malafaia. A decisão, que também permite o acesso aos dispositivos eletrônicos apreendidos, foi fundamentada em uma manifestação favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR) e aprofunda as investigações sobre a suposta participação do líder religioso em crimes contra o Estado Democrático de Direito.

A medida foi tomada após a PF apresentar evidências de trocas de mensagens entre Malafaia e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo os investigadores, as conversas sugerem uma articulação para condicionar o fim de sanções tarifárias impostas pelos Estados Unidos ao Brasil à concessão de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. Em um dos trechos destacados, o pastor teria orientado Bolsonaro a “pressionar o STF” com essa proposta.

Conforme a apuração, Malafaia é investigado por suspeita de coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O parecer da PGR sustenta que o pastor atuou como “orientador e auxiliar” nas ações de Bolsonaro para interferir no andamento de processos criminais.

Na noite da última quarta-feira (20), Silas Malafaia prestou depoimento à Polícia Federal. Ao deixar o local, criticou duramente a decisão do ministro Moraes, a quem chamou de “criminoso”, e negou qualquer irregularidade. “Apreender meu telefone? Vai descobrir o quê? Eu ainda dei a senha, porque eu não tenho medo de nada”, declarou a jornalistas, afirmando que não se calará e que suas conversas com amigos e aliados são de âmbito particular.

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