Na Amazônia sitiada pelo narcotráfico presidente da Colômbia defende a legalização da cocaína

Na Amazônia sitiada pelo narcotráfico presidente da Colômbia defende a legalização da cocaína

Em um cenário no mínimo paradoxal, a cidade de Manaus, capital de um estado que sofre diretamente com a violência imposta por rotas de narcotráfico, tornou-se o palco para um debate de contornos surreais: a legalização da cocaína como suposta solução para proteger a Amazônia. Enquanto a população local anseia por ações concretas de segurança. O presidente colombiano, Gustavo Petro, com a aparente anuência de seu anfitrião, Lula, utilizou o espaço durante o evento para defender uma tese que inverte toda a lógica do combate ao crime na região.

A teoria apresentada por Petro, e acolhida em um ambiente de apoiadores, sugere que a guerra às drogas fracassou e que a proibição é um dos motivos do desmatamento. Segundo essa lógica, a transformação da cocaína em um produto legal e regulado pelo Estado removeria o poder financeiro das facções criminosas. Contudo, para os cidadãos que se veem encurralados pela guerra de facções financiadas justamente por essa droga, a proposta soa mais como uma abstração teórica distante da realidade palpável das ruas, onde o aumento da circulação de entorpecentes historicamente significou mais violência, e não o contrário.

A fala entre os presidentes sobre um tema tão delicado, em pleno território brasileiro, levanta questionamentos sobre as prioridades e a direção da cooperação regional. Enquanto se esperavam debates sobre o fortalecimento de fronteiras, inteligência policial conjunta e asfixia das fontes de lavagem de dinheiro que alimentam os crimes ambientais, a discussão foi elevada a um patamar ideológico que parece ignorar a urgência da crise de segurança.

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