Militares pressionam Lula a encerrar a crise com os EUA
Os principais comandantes das Forças Armadas têm insistentemente solicitado ao presidente Lula que “adote imediatamente uma postura mais pragmática e menos ideológica nas relações com os EUA”. O argumento central é a premissa de que um eventual rompimento com os norte-americanos acarretaria um “colapso logístico e operacional” generalizado. Fontes militares, citadas por bastidores do Ministério da Defesa, apontam que a situação é “crítica”, haja vista que “diversos sistemas estratégicos como radares, comunicação criptografada, aviões de caça, embarcações navais e até munições dependem de peças e suporte técnico dos Estados Unidos. Sem isso, muitos desses equipamentos simplesmente deixam de funcionar”.
Apesar da seriedade do cenário, o discurso militar tem sido acompanhado por críticas veladas sobre um possível “oportunismo”. A demanda por investimentos da ordem de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) para o setor de defesa, em um momento de reajuste fiscal, soa descabida, especialmente quando as despesas discricionárias do Executivo para 2026 estão previstas em 1,8% do PIB.
O quadro de deficiências no sistema de defesa não é recente. A Força Aérea Brasileira ainda opera com aviões F-5, com mais de meio século de uso, e seus estoques de munição estariam em níveis criticamente baixos. O Exército, por sua vez, utiliza blindados Leopard 1 A5, veículos que deveriam ter sido aposentados, mas permanecem em operação pela ausência de substitutos. Na Marinha, o projeto das fragatas Tamandaré ainda não foi concluído e muitos navios de combate não estão operacionais, com relatos de escassez de munição.
Apesar da gravidade da situação, questiona-se a temporização da cobrança, considerando que o cenário de fragilidade não se instalou subitamente. Observadores políticos levantam a questão da inação frente a esses problemas em governos anteriores, especialmente durante a gestão que, supostamente, mantinha estreita relação com os militares. A preocupação é que, em meio a uma crise real, haja uma tentativa de pressionar o governo por investimentos que deveriam ter sido feitos previamente.

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