EUA procuram mineradoras brasileiras e sinalizam interesse em acordo
Autoridades brasileiras do setor mineral e um representante do governo dos Estados Unidos se reuniram para discutir um possível acordo entre os países na área dos minerais críticos, além de abordar a tarifa de 50% anunciada por Donald Trump sobre produtos brasileiros. O encarregado de Negócios da embaixada dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, encontrou-se com o diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, em uma agenda solicitada pelo diplomata norte-americano.
Esta é a terceira vez em 2025 que autoridades dos dois países se reúnem para tratar do tema dos minerais críticos. Escobar avaliou positivamente a ideia de o setor mineral brasileiro enviar representantes a Washington para discutir as tarifas diretamente com autoridades e mineradoras norte-americanas. Contudo, o diplomata sugeriu que a comitiva seria melhor recebida em setembro ou outubro, visto que agosto é período de férias nos Estados Unidos.
O setor mineral é apontado como peça-chave nas negociações com o governo de Donald Trump. Autoridades brasileiras avaliam que os minerais — especialmente as terras raras — podem receber um tratamento especial no contexto das tarifas. Essa movimentação ocorre em meio a uma corrida global pelos minerais críticos, insumos essenciais para a produção de baterias, semicondutores e tecnologias de ponta.
Atualmente, esse mercado é dominado quase exclusivamente pela China. Reduzir a dependência em relação a Pequim tem sido uma das prioridades da nova gestão Trump, e quem desponta como principal interessado nos minerais brasileiros, hoje comprados majoritariamente pela China, são justamente os norte-americanos. O mercado chinês responde por cerca de 70% das exportações do setor mineral do Brasil.
Um dos principais argumentos do Brasil na mesa de negociação com os EUA será justamente a dominância chinesa nesse mercado. A China detém mais de 80% da capacidade global de produção de células de bateria, além de concentrar mais da metade do processamento mundial de lítio e cobalto, segundo dados da Agência Internacional de Energia.
A busca por um acordo nesse setor crucial demonstra a complexidade das relações comerciais e geopolíticas atuais, onde a segurança das cadeias de suprimentos de minerais críticos se tornou um fator determinante.

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