EUA anunciam fim da ajuda financeira à Colômbia por produção de drogas

O governo dos Estados Unidos anunciou no domingo (19) a suspensão da ajuda financeira à Colômbia, elevando a tensão em uma crise diplomática marcada por duras acusações do presidente Donald Trump, que chamou seu homólogo colombiano, Gustavo Petro, de “líder narcotraficante”. O cenário se agravou com a confirmação de um novo ataque militar americano a um barco supostamente da guerrilha ELN, que resultou em três mortos.

A decisão de cortar “pagamentos” e “subvenções” foi justificada por Trump com a acusação de que o governo Petro tolera a produção de drogas. Horas depois, o Pentágono confirmou o ataque à embarcação em águas internacionais, afirmando ser parte de uma operação contínua contra o narcotráfico na região.

O presidente Petro reagiu de forma contundente na rede social X, classificando a “guerra contra as drogas” dos EUA como uma “estratégia fracassada” e responsável por um milhão de mortos na América Latina. Ele condenou os ataques militares, afirmando que as pessoas nos barcos, “sejam ativas no narcotráfico ou não, têm o direito de viver”, e anunciou que seu governo recorrerá a “instâncias internacionais” para defender a soberania do país.

O conflito diplomático descambou para ataques pessoais. Trump acusou Petro de “fomentar fortemente a produção maciça de drogas” e fez uma ameaça direta: “Petro (…) é melhor fechar imediatamente estes campos de extermínio, ou os Estados Unidos vão fazê-lo por ele, e isto não será feito de forma agradável”. Petro, por sua vez, disse a Trump: “você é grosseiro e ignorante com a Colômbia”.

Além do corte de ajuda, Trump confirmou que avalia impor “tarifas expressivas” sobre produtos colombianos. Esta é a mais recente de uma série de ações hostis, que incluem o cancelamento do visto americano de Petro e a retirada, no mês passado, da certificação da Colômbia como país aliado na luta antidrogas, um status que garantia centenas de milhões de dólares em apoio militar. Desde agosto, a operação militar dos EUA no Caribe já atacou pelo menos sete embarcações, causando 27 mortes, segundo Washington.