Esquerda brasileira convoca “Boicotaço” para atingir marcas Americanas em resposta a “Tarifaço” de Trump
A esquerda brasileira está organizando um “boicotaço” massivo contra marcas norte-americanas, a partir de 1º de agosto, em protesto à nova política comercial imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A mobilização surge após o anúncio de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, uma medida que impacta diretamente os setores do agronegócio e da indústria nacional.
A campanha tem ganhado força considerável nas redes sociais, especialmente no X (antigo Twitter), com mensagens de cunho nacionalista e antitrumpista. Um ativista exemplificou o sentimento ao postar: “Troque a Coca-Cola por suco de laranja nacional. Faça bem ao Brasil e à sua saúde”. A iniciativa também se destaca pelas críticas aos chamados “bolsonaristas entreguistas”, que são apontados por usuários como cúmplices da ofensiva econômica de Trump.
Uma lista de empresas norte-americanas que operam no Brasil e que devem ser evitadas está circulando entre os apoiadores do boicote. Ela inclui redes de fast-food como McDonald’s e Burger King, diversas marcas de roupas, bandeiras de cartão de crédito, gigantes da tecnologia como Meta, Google e Amazon, além de serviços de streaming e dispositivos eletrônicos.
Paralelamente à mobilização popular, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem se esforçado para reverter o “tarifazo”, mas as iniciativas diplomáticas encontram forte resistência em Washington. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta quarta-feira que está disposto a viajar aos Estados Unidos para negociar pessoalmente a suspensão da medida, desde que haja uma “agenda estruturada”. Até o momento, Haddad tentou contato direto com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, mas só conseguiu comunicação com assessores.
O vice-presidente Geraldo Alckmin também está envolvido nas articulações. Ele conversou com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, em 19 de julho, porém sem resultados práticos. Além disso, senadores brasileiros viajaram aos EUA no último fim de semana com o objetivo de pressionar pela retomada do diálogo, mas não conseguiram sequer garantir reuniões com representantes do governo Trump. O chanceler Mauro Vieira, por sua vez, está em Nova York para um evento da ONU, sem previsão de encontros com a Casa Branca.
Apesar do impasse, Haddad mantém a postura de que as conversas “estão evoluindo”. Contudo, a crescente pressão nas redes sociais e a convocação do boicote evidenciam que, enquanto os esforços diplomáticos prosseguem, a resposta da população já começou – manifestando-se por meio do consumo e do impacto financeiro.

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