Entenda o motivo do Amazonas pagar gasolina mais cara

Entenda o motivo do Amazonas pagar gasolina mais cara

O estado do Amazonas figura entre os líderes de um ranking negativo nacional, ostentando um dos preços mais elevados da gasolina em todo o Brasil. Um estudo comparativo recente revela que o alto impacto financeiro sobre o consumidor amazonense não é justificado pelos custos de produção da Petrobras ou pela carga tributária, mas sim pela margem de lucro praticada pelas distribuidoras e postos de combustíveis locais, que chega a ser quase o dobro da média nacional.

A análise foi divulgada pelo ex-deputado federal Marcelo Ramos, que realizou um levantamento sobre a composição de preços em 17 estados. Segundo o ex-parlamentar, o valor final na bomba é formado por cinco componentes principais: a parcela da Petrobras, o custo do etanol anidro, os tributos federais (PIS/Cofins), o ICMS estadual e a margem da distribuidora e do posto revendedor. O estudo aponta que, enquanto a fatia referente à Petrobras no Amazonas é uma das mais baratas do Brasil, fixada em R$ 2,19, a margem de lucro local atinge R$ 1,95, em forte contraste com a média nacional de R$ 1,01.

A situação é agravada, segundo Ramos, pela atuação da empresa que adquiriu a refinaria do estado. Ele explica que a companhia deixou de produzir localmente e passou a importar combustível, alegando um preço inferior ao da Petrobras. No entanto, beneficiada por uma decisão judicial, a empresa não recolhe tributos federais sobre essa importação, o que reduz drasticamente seus custos e eleva a margem de lucro para um patamar superior a R$ 2,64 — valor quase três vezes maior que a média nacional.

Diante do exposto, Marcelo Ramos anunciou que o estudo completo será protocolado junto à Agência Nacional do Petróleo (ANP) e aos órgãos de defesa do consumidor, com o objetivo de solicitar providências imediatas para corrigir as distorções que oneram a população do Amazonas.

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