Dono da Ultrafarma confessou fraude e fechou acordo milionário dias antes de nova prisão

O empresário Sidney Oliveira, fundador da rede de farmácias Ultrafarma, foi preso nesta terça-feira (12), menos de duas semanas após firmar um acordo de R$ 31,9 milhões com a Justiça para encerrar um processo por fraude fiscal. A nova detenção ocorreu no âmbito da Operação Ícaro, que investiga um esquema de pagamento de propina a um auditor fiscal da Receita Estadual para a obtenção de créditos tributários ilegais.

A prisão de Oliveira acontece logo após ele ter sua situação regularizada em outro caso. Em 29 de julho, a Justiça homologou um acordo no qual o empresário admitiu participação em um esquema de sonegação fiscal investigado pela Operação Monte Cristo, deflagrada em 2020. Para evitar o processo, ele se comprometeu a quitar as multas milionárias, implementar um programa de compliance em sua empresa e realizar doações.

Contudo, a nova investigação, conduzida por um grupo diferente do Ministério Público de São Paulo (MPSP), aponta para um crime de corrupção. Além de Sidney Oliveira, foram presos Mário Otávio Gomes, diretor da Fast Shop, e o auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto. Este último é suspeito de ter recebido cerca de R$ 1 bilhão em propinas para manipular créditos de ICMS dentro da Secretaria da Fazenda, beneficiando empresários.