Dólar abre em queda e atinge o menor valor desde junho de 2024

Dólar abre em queda e atinge o menor valor desde junho de 2024

O dólar americano opera em seu menor patamar em mais de um ano frente ao real, refletindo um cenário de enfraquecimento global da moeda e a forte expectativa dos mercados para as decisões de política monetária que serão anunciadas nesta quarta-feira (17), tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. Na última segunda-feira (15), a cotação de fechamento foi de R$ 5,322, acumulando uma expressiva queda de 14% em 2025.

O principal fator por trás da desvalorização da moeda americana é a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, inicie um ciclo de cortes em sua taxa de juros, atualmente no elevado patamar de 4,25% a 4,5% ao ano. Dados recentes indicando uma desaceleração no mercado de trabalho americano reforçaram a aposta dos investidores de que a autoridade monetária agirá para reestimular a economia. Ferramentas de monitoramento de mercado, como o CME FedWatch, apontam que a probabilidade de um corte de 0,25 ponto percentual na reunião de hoje é de 96%.

Enquanto o dólar perde força no exterior, o real se valoriza impulsionado pelo cenário doméstico. A taxa de juros básica do Brasil, a Selic, mantida em um patamar elevado pelo Banco Central para controlar a inflação, torna o mercado brasileiro atrativo para investidores estrangeiros. Esse diferencial de juros favorece a entrada de capital no país, aumentando a demanda pela moeda brasileira e, consequentemente, pressionando a cotação do dólar para baixo.

O dia de hoje é considerado uma “Super Quarta” no mercado financeiro, pois tanto o Fed quanto o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil anunciarão suas decisões. Analistas, como Nickolas Lobo da Nomad, apontam que além do corte em si, o comunicado do Fed será crucial: um discurso mais brando pode enfraquecer ainda mais o dólar, enquanto um tom mais rígido poderia reverter a tendência de queda. A decisão do Copom, horas depois, definirá o diferencial de juros e o rumo do câmbio nos próximos meses.

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