Comissão de inquérito sobre fraudes no INSS inicia trabalhos com derrota do Governo
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) destinada a investigar fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi oficialmente instalada e inicia nesta semana a análise de seus primeiros requerimentos. Entre as primeiras ações previstas está a convocação de autoridades para prestar esclarecimentos, incluindo o ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi.
A comissão foi criada para apurar um esquema de fraudes em benefícios previdenciários que, segundo estimativas da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), pode ter causado um prejuízo de até R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos. A investigação foca em descontos mensais não autorizados nos pagamentos de aposentados e pensionistas, supostamente operados por associações que forjavam cadastros para validar cobranças indevidas.
A formação da cúpula da CPMI representou uma derrota política para o Palácio do Planalto e seus aliados no Congresso. Em uma articulação de última hora, a oposição elegeu o senador Carlos Viana (Podemos-MG) para a presidência, derrotando o candidato governista, senador Omar Aziz (PSD-AM), por 17 votos a 14. Na sequência, Viana designou o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, como relator dos trabalhos.
Composta por 16 deputados e 16 senadores, a CPMI terá um prazo de funcionamento de até seis meses, podendo ser prorrogado. O relator Alfredo Gaspar já sinalizou que o escopo das investigações poderá ser ampliado para incluir também possíveis fraudes em empréstimos consignados.

Publicar comentário