China suspende compras de soja dos EUA e amplia mercado com Brasil e Argentina
A China interrompeu temporariamente a compra de soja dos Estados Unidos, um movimento que tem fortalecido a posição do Brasil e da Argentina no comércio global do grão. Mesmo com os agricultores americanos oferecendo safras a preços competitivos, Pequim vem, nos últimos anos, reduzindo sua dependência dos produtores dos EUA e ampliando as importações de países sul-americanos.
Analistas de mercado apontam que a suspensão é motivada por uma combinação de fatores, incluindo tensões geopolíticas e a preferência chinesa por soja não-transgênica, na qual o Brasil é um grande fornecedor. Pequim também parece aguardar uma definição mais clara sobre o volume e a qualidade da colheita nos EUA antes de fechar novos contratos.
Como reflexo imediato, os prêmios pagos pela soja brasileira nos portos de exportação, como o de Santos, registraram alta. Em contrapartida, os contratos futuros da oleaginosa na Bolsa de Chicago apresentaram leve queda, evidenciando a pressão sobre os produtores norte-americanos.
A medida reforça uma estratégia de longo prazo da China para diversificar seus fornecedores, processo que se intensificou desde a guerra comercial iniciada durante o governo Trump. O Brasil, consolidado como o maior produtor e exportador mundial de soja, tem sido o principal beneficiário dessa mudança no cenário geopolítico do agronegócio.


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