Lula viaja aos EUA para o primeiro cara a cara com Trump na Assembleia Geral da ONU
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja neste domingo (21) para Nova York, onde, na terça-feira (23), realizará o discurso de abertura na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). A participação no evento, um compromisso tradicional da agenda presidencial, assume um tom de especial relevância este ano, diante das recentes tensões com o presidente norte-americano, Donald Trump.
A expectativa é que o discurso de Lula reforce a posição do Brasil no cenário internacional, com ênfase na defesa do multilateralismo e da soberania nacional. O pronunciamento, que está sendo elaborado por sua equipe de assessores e ministros, ocorre em um momento de atritos com os Estados Unidos, após a imposição de uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros e a aplicação da Lei Magnitsky a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Seguindo a tradição da ONU, o Brasil é o primeiro país a discursar, seguido pelos Estados Unidos, o que colocará os dois líderes em sequência direta. Acredita-se que o presidente brasileiro poderá enviar mensagens indiretas a Trump, que, por sua vez, poderá utilizar seu tempo para anunciar novas tarifas ou retaliações.
Além das questões geopolíticas, a agenda de Lula na ONU deverá incluir temas como a regulamentação das grandes empresas de tecnologia (big techs), a defesa da criação do Estado da Palestina e a apresentação de planos de combate às mudanças climáticas na Cúpula do Clima.
A comitiva presidencial contará com a presença de figuras importantes do governo, como os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Ricardo Lewandowski (Justiça) e Marina Silva (Meio Ambiente), além do assessor especial Celso Amorim e da primeira-dama Janja da Silva.
Reconhecimento do Estado Palestino
Um dos pontos de destaque da Assembleia Geral será o esperado reconhecimento do Estado Palestino por diversos países, incluindo membros do G7 como França e Canadá. O governo brasileiro vê com otimismo a possibilidade de que ao menos 150 dos 193 Estados-membros da ONU apoiem oficialmente a medida.
Recentemente, investigadores da ONU acusaram Israel de cometer “genocídio” em Gaza, o que reforça a posição defendida pelo presidente Lula desde o início do ano e que, segundo fontes do governo, deve ser um tema presente em muitos dos discursos na Assembleia.


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