Lula diz que se Trump vai tomar outras atitudes ‘é problema dele’, mas que vai reagir
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotou um tom firme, porém cauteloso, ao comentar sobre possíveis reações do presidente norte-americano, Donald Trump, diante do cenário político e judicial brasileiro. Gravada na manhã de quinta-feira (11), horas antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) formar maioria pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, a fala de Lula sinalizou que o Brasil não teme pressões externas e responderá de forma proporcional a quaisquer medidas que venham a ser tomadas.
“Não temo. Se ele vai tomar outras atitudes, é um problema dele. Vamos reagir na medida em que as medidas forem tomadas”, declarou o presidente, afirmando que não se pode governar com base em suposições. Lula indicou que uma das ferramentas à disposição do Brasil é a Lei de Reciprocidade tarifária, deixando claro que a resposta a eventuais sanções pode ocorrer na esfera comercial. “Toda a reciprocidade, o que for necessário dar aos Estados Unidos, vamos dar”, completou.
O presidente brasileiro também minimizou a declaração da porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, que afirmou que Trump “não tem medo de usar meios militares”. Lula classificou a fala como “uma bobagem” e afirmou que não cabe a um chefe de Estado responder a um porta-voz. “Eu não vou responder porta-voz. Mas obviamente que os Estados Unidos precisa saber que não estão tratando com uma republiqueta de bananas”, enfatizou.
Reafirmando a soberania nacional, Lula disse que qualquer pessoa que cometa crimes em solo brasileiro, inclusive Trump, será punida, pois “o Brasil tem lei para todo mundo”. Em um aceno à sua política externa para a América do Sul, o presidente concluiu dizendo que não busca conflitos com a Venezuela ou outros países vizinhos, e repetiu seu lema “Lula paz e amor” para descrever a abordagem diplomática que pretende seguir na região.

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