Fiocruz confirma circulação do vírus Oropouche em comunidades da BR-319

Fiocruz confirma circulação do vírus Oropouche em comunidades da BR-319

Um estudo conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirmou a presença do vírus Oropouche em moradores de comunidades situadas ao longo da rodovia BR-319, que liga Manaus a Porto Velho. A descoberta acende um alerta para a circulação do arbovírus em áreas de difícil acesso e evidencia a vulnerabilidade das populações que vivem em regiões mais isoladas da Amazônia.

A pesquisa, que faz parte de um monitoramento de saúde contínuo na região, identificou a infecção em amostras de sangue coletadas de residentes locais. O vírus Oropouche, transmitido principalmente pela picada do mosquito Culicoides paraensis, popularmente conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, causa a Febre do Oropouche. Os sintomas da doença são semelhantes aos da dengue e chikungunya, incluindo febre alta, dor de cabeça intensa, dores musculares e nas articulações, o que pode levar a diagnósticos incorretos na ausência de testes laboratoriais específicos.

A presença do vírus em uma área marcada por desafios logísticos e acesso limitado a serviços de saúde é motivo de preocupação para as autoridades sanitárias. A rodovia BR-319, conhecida por suas condições precárias, especialmente no “trecho do meio”, abriga diversas comunidades ribeirinhas e rurais que podem se tornar focos de disseminação da doença. A Fiocruz destaca a importância de fortalecer a vigilância epidemiológica nessas áreas remotas para permitir a detecção precoce de surtos e a implementação de medidas de controle.

Este estudo reforça a necessidade de políticas públicas de saúde que considerem as particularidades da região amazônica. A circulação de arboviroses como a Febre do Oropouche evidencia a complexa interação entre o desmatamento, as mudanças climáticas e a saúde humana, tornando essencial a vigilância constante para proteger as populaentes que vivem no coração da floresta.

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