EUA aumenta tarifas sobre importações da Índia para 50% por compras de petróleo Russo
O governo dos Estados Unidos elevou drasticamente, nesta quarta-feira (27), as tarifas aplicadas a produtos importados da Índia, que dobraram de 25% para 50%. A medida representa uma forma de retaliação do presidente Donald Trump contra a decisão de Nova Délhi de continuar comprando petróleo da Rússia. A administração americana acusa a Índia, um dos maiores importadores de petróleo russo, de auxiliar Moscou no financiamento da guerra na Ucrânia.
A reação do governo indiano foi imediata, classificando a nova tarifa como “injusta, injustificável e irracional”. A associação de exportadores do país já manifestou grande preocupação com a potencial perda de empregos e solicitou uma intervenção governamental urgente. O aumento da taxação aprofunda as tensões diplomáticas entre os dois países e cria um novo incentivo para que a Índia busque fortalecer suas relações com a China, seu rival histórico na região.
Apesar da medida punitiva, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, adotou um tom conciliador, afirmando que o presidente Trump mantém boas relações com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e que acredita na possibilidade de um acordo futuro. Embora a alíquota de 50% seja uma das mais elevadas já aplicadas pela atual gestão americana, foram anunciadas isenções para setores estratégicos, como produtos farmacêuticos, semicondutores e smartphones, além de indústrias já penalizadas anteriormente, como as de aço, alumínio e automóveis.
Analistas advertem, contudo, que uma tarifa de tal magnitude equivale a um embargo comercial e deve prejudicar principalmente as pequenas e médias empresas. O impacto já começa a ser sentido na prática: exportadores indianos dos setores têxtil, de frutos do mar e de joalheria relataram o cancelamento de pedidos com destino aos Estados Unidos, que foi o principal mercado para a Índia em 2024, com um volume de US$ 87,3 bilhões em exportações. A situação beneficia diretamente países concorrentes, como Bangladesh e Vietnã.

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