Nas conversas com Alckmin, EUA insistem no “caso Bolsonaro” para reverter tarifaço
Apesar dos intensos esforços diplomáticos, as negociações entre Brasil e Estados Unidos não registraram progresso concreto. A principal razão, segundo fontes próximas às tratativas, reside na insistência de Lutnick, representante norte-americano, em incluir nas discussões as objeções políticas do ex-presidente Donald Trump, especialmente no que tange à atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) no caso envolvendo Jair Bolsonaro.
Recentemente, Lutnick foi enfático ao descartar qualquer adiamento das tarifas contra o Brasil. “Com certeza não haverá mais prorrogações, não haverá mais [período de] carência. As tarifas estão programadas para o dia 1º de agosto. Colocaremos a Alfândega para começar a coletar o dinheiro”, declarou, sinalizando a iminente implementação das sobretaxas.
Mesmo indicando que Trump estaria propenso ao diálogo com “grandes economias”, o secretário admitiu que essas conversas poderão enfrentar obstáculos, o que evidencia o entrave político que caracteriza o atual impasse entre os dois países.
Na tentativa de abrir outros canais de comunicação, o vice-presidente Geraldo Alckmin participou, nesta terça-feira (29), de um encontro com empresas de tecnologia, que contou com a presença remota de um representante do Departamento de Comércio norte-americano. “Foi uma reunião bastante proveitosa. Tiramos até uma mesa de trabalho para discutir, em seguida, uma série de questões voltadas à questão das ‘big techs'”, afirmou Alckmin no Palácio do Planalto.
No entanto, o vice-presidente ressaltou que “o tema da regulamentação das big techs não deve ser discutido com pressa”. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem reiterado publicamente que o Brasil não cederá a pressões políticas disfarçadas de disputas comerciais, defendendo vigorosamente a soberania nacional, inclusive no que se refere à regulação do setor digital.


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